Samantha, 16 anos. Sábado, 19 de dezembro de 1994. A neve fazia o dia parecer ainda mais deprimente depois daquela briga. Sam subia as escadas de dois em dois degraus furiosamente, entrou em seu quarto e bateu a porta com toda sua força.
- E pare de bater essas portas ou eu subo aí e faço toda essa sua raiva sumir em um minuto! - Gritava sua mãe, do andar de baixo.
Ela caminhou vagarosamente até a porta que dava para sua pequena varanda, era virada para os fundos da casa e logo atrás se podia ver um bosque que na primavera enchia-se com delicadas flores do campo. Ela sentou bem ali em frente e sentiu as lágrimas começarem a traçar caminhos por sua pele incrivelmente branca. Olhar para o bosque coberto por neve a fez sentir a presença de seu pai ali, ao seu lado, isso fez com que as lágrimas cessassem por breves segundo e um singelo sorriso apareceu em seu rosto. Todas as lembranças de seu onze anos vividos naquela casa vieram à tona em sua mente, o dia em que sua falta de coordenação a fez cair por dois lances de escadas lhe presenteando com uma perna quebrada e uma cicatriz, que ainda se esconde por baixo de sua franja. A fez lembrar-se de quando brincava com seu pai em um velho balanço que ficava naquele mesmo bosque quando se mudaram pra cá e seu primeiro Natal ali, o dia em que achou Brendy, um filhote de labrador, perdido em frente a sua casa e o dia em que Brandy partiu. O dia em que foi acordada por sua mãe, que se encontrava aos prantos, e recebeu a terrível notícia de que seu pai havia falecido, e o dia em que lhe comunicaram que ganharia um padrasto e dois irmãos de brinde. Lembrou-se do dia em que jogou uma garrafa na cabeça de Michel, seu irmão mais novo, e o dia em que percebeu que não era tão ruim a idéia de ter uma nova família.
Sentiu um calafrio e percebeu que agora estava deitada no chão e que sentia frio, não se moveu um milímetro mesmo assim. Deixando as lembranças de lado e percebeu que desejava um novo começo, em um novo lugar, onde ela pudesse ter seus ataques de esteria quando bem entendesse, onde pudesse bater a porta repetidas vezes até esvair suas forças. Um lugar que tivesse alguém que estaria ali para ela dia e noite, não importasse a hora, uma casa com um banheiro só pra ela, um quarto com carpete no tom de um cinza bem claro no chão e nas paredes papeis que tivesse um tom suave de amarelo com relevo de flores e um sótão.
Anoiteceu e a lua era o único sinal de luz que penetrava pelas janelas iluminando o quarto. Sam levantou-se e desceu até a cozinha, bebeu um copo d'água e observou que a casa estava totalmente silenciosa, olhou para o relógio na parede e viu que eram 11:37, seus pais dormiam e seus irmão deviam estar na sala de TV. Ao subir novamente para seu quarto, percebeu que o último degrau da escada rangia, e que ela sempre pulara ele ao subir ou descer.
Veio então á mente, que após onze longos anos vividos ali, aquela casa já era um pedaço seu. Conhecia todas as boas e más lembranças, e mesmo com todas as restrições que Sam tinha, ela não queria abandonar aquele lugar. Aquelas vontades que gritavam dentro dela há poucos minutos agora não passavam de planos pra um futuro bem distante, talvez. E aquele desejo de vida nova era apenas consequência de um dia ruim.
- E pare de bater essas portas ou eu subo aí e faço toda essa sua raiva sumir em um minuto! - Gritava sua mãe, do andar de baixo.
Ela caminhou vagarosamente até a porta que dava para sua pequena varanda, era virada para os fundos da casa e logo atrás se podia ver um bosque que na primavera enchia-se com delicadas flores do campo. Ela sentou bem ali em frente e sentiu as lágrimas começarem a traçar caminhos por sua pele incrivelmente branca. Olhar para o bosque coberto por neve a fez sentir a presença de seu pai ali, ao seu lado, isso fez com que as lágrimas cessassem por breves segundo e um singelo sorriso apareceu em seu rosto. Todas as lembranças de seu onze anos vividos naquela casa vieram à tona em sua mente, o dia em que sua falta de coordenação a fez cair por dois lances de escadas lhe presenteando com uma perna quebrada e uma cicatriz, que ainda se esconde por baixo de sua franja. A fez lembrar-se de quando brincava com seu pai em um velho balanço que ficava naquele mesmo bosque quando se mudaram pra cá e seu primeiro Natal ali, o dia em que achou Brendy, um filhote de labrador, perdido em frente a sua casa e o dia em que Brandy partiu. O dia em que foi acordada por sua mãe, que se encontrava aos prantos, e recebeu a terrível notícia de que seu pai havia falecido, e o dia em que lhe comunicaram que ganharia um padrasto e dois irmãos de brinde. Lembrou-se do dia em que jogou uma garrafa na cabeça de Michel, seu irmão mais novo, e o dia em que percebeu que não era tão ruim a idéia de ter uma nova família.
Sentiu um calafrio e percebeu que agora estava deitada no chão e que sentia frio, não se moveu um milímetro mesmo assim. Deixando as lembranças de lado e percebeu que desejava um novo começo, em um novo lugar, onde ela pudesse ter seus ataques de esteria quando bem entendesse, onde pudesse bater a porta repetidas vezes até esvair suas forças. Um lugar que tivesse alguém que estaria ali para ela dia e noite, não importasse a hora, uma casa com um banheiro só pra ela, um quarto com carpete no tom de um cinza bem claro no chão e nas paredes papeis que tivesse um tom suave de amarelo com relevo de flores e um sótão.
Anoiteceu e a lua era o único sinal de luz que penetrava pelas janelas iluminando o quarto. Sam levantou-se e desceu até a cozinha, bebeu um copo d'água e observou que a casa estava totalmente silenciosa, olhou para o relógio na parede e viu que eram 11:37, seus pais dormiam e seus irmão deviam estar na sala de TV. Ao subir novamente para seu quarto, percebeu que o último degrau da escada rangia, e que ela sempre pulara ele ao subir ou descer.
Veio então á mente, que após onze longos anos vividos ali, aquela casa já era um pedaço seu. Conhecia todas as boas e más lembranças, e mesmo com todas as restrições que Sam tinha, ela não queria abandonar aquele lugar. Aquelas vontades que gritavam dentro dela há poucos minutos agora não passavam de planos pra um futuro bem distante, talvez. E aquele desejo de vida nova era apenas consequência de um dia ruim.
Tá uma merda. Foi mais um desabafo por não ter ninuém pra me ouvir. Então provavelmente eu venha à apaga-lo. bjs,
As vezes tenho uma leve impressão que conheço a Samantha!!rsrs
ResponderExcluirnão ficou ruim de maneira alguma pelo contrario cada vez mais seu lado de escrito está se aflorando!*.*
Thalitalima
Nem pense em apagar isto. Ficou muito bom, de verdade. Textos motivados por desabafo podem soar confusos, mas são muito sinceros. Além do mais, acho que muita gente que ler este texto pode se identificar. Seu blog é um xuxu! Bêjo da Rê.
ResponderExcluirApagar por quê, gatinha ? ficou muito bom e tudo que você escreve é otimo .
ResponderExcluir