sexta-feira, março 19, 2010

Cleer não o via tinha um ano, porém tentavam manter contato por e-mails e conversas que iam madrugada adentro.
Depois de passarem horas em um cabo de guerra que durava por volta de meia hora com vários ‘desliga você’ e risadas abafadas pelo travesseiro, ela se pegava pensando em como ele a fazia radiar mesmo que distante.
Marc tinha o dom de fazê-la sentir arrepios que iam dos pés até a ponta do nariz, que se enrugava com o calafrio. Ouvir sua voz grave dizer aquelas oito letrinhas mágicas faziam seu corpo enrijecer, seu coração bater descompassadamente, suas bochechas brancas se incandescerem queimando no escuro da noite gélida, ao mesmo tempo em que borboletas se inquietavam em seu estômago e um nó se formava em sua garganta. Depois de se perder em pensamentos, suas engrenagens paravam bruscamente e o silêncio que ficava era ensurdecedor, fazia Cleer querer correr - imediatamente - pra onde quer que Marc estivesse, nem que fosse para passar toda uma noite escutando sua respiração irregular quebrar o silêncio que fazia com que ela ouvisse seu próprio sangue pulsar.

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